Há pessoas que são especiais em sua essência. Uns chamam de carisma, outros dizem que são aqueles que têm personalidade forte. Mas o que se sabe é que são seres verdadeiramente iluminados. A nossa querida Lili, maranguapense de sangue e de coração, era uma dessas pessoas, era luz por onde passava.Quis, então, Deus, em seu nascimento, dar-lhe um dom para que ela pudesse distribuir brilho na vida de todos que estavam à sua volta, e assim a tornou artesã, ou estilista, como vocês quiserem chamar, porque definições nunca se aplicaram muito bem a ela. Maria Machado Vasconcelos reinventava tudo, abrilhantava o que quer que fosse com sua arte, e, com suas mãos talentosas, transformava em “coisas de Lili”, como ela mesma se orgulhava em falar.Nunca tendo conhecido limites nem obstáculos, mas com a intensidade que lhe era costumeira, transformava pedrarias e crochê em roupas, bolsas, sapatos e outras peças maravilhosas. Com pérolas e tecidos, que poderiam variar de chita a seda, fazia os vestidos mais deslumbrantes dessa terra, fossem eles de festa ou de aniversário, por exemplo.E por falar em aniversário, esses dias o Facebook trouxe uma debutante usando um vestido rosa para comemorar seus 15 anos. O pai da menina contou emocionado que havia ganho de Lili quando sua filha ainda era pequena para que comemorasse a data tão especial.Seu talento era infinito, não cabendo a mim limitá-lo em palavras. Mas Maria quis por bem dividi-lo. Deu cursos, ensinou aos que a procurava, sempre com muita generosidade e um sorriso no rosto. Nós sabíamos que Lili não pertencia a essa terra, mas ela fez questão de deixar sua arte espalhada em muitos que ela tanto amou.Ficamos hoje com tamanha gratidão e admiração por tanto talento e brilho deixado por Lili a nós. Que dos Céus ela esteja alegre e orgulhosa, sempre festejando conosco. (Texto de Luiza M. V. M. Pordeus)
